quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Urban Explorer (2011)

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Urban Explorer de Andy Fetscher foi um dos primeiros filmes apresentados na edição deste ano do MOTELx e que não poderia ter começado de melhor forma.
Um grupo de exploradores urbanos chega a Berlim com o único propósito de fazer uma viagem pelos túneis labirínticos que o solo da cidade esconde. Desconhecendo o que o subsolo da cidade esconde rapidamente contratam Kris (Max Riemelt) para os guiar por caminhos que poderão esconder tantos mistérios. Kris pretende levá-los aos antigos bunkers nazis mas pelo caminho sofre um acidente que levará Lucia (Nathalie Kelley) e Denis (Nick Eversman), dois dos exploradores a conhecer o simpático Armin (Klaus Stiglmeier) que prontamente se disponibiliza a ajudá-los... ou talvez não.
Este filme, muito semelhante ao universo Saw, consegue cativar por um ambiente que julgo ser apaixonante para qualquer comum mortal...  exploração dos subterrâneos de uma cidade que, em certos casos, se assumem quase como cidades por debaixo das cidades reais. Paris, Nova York ou Las Vegas são aqui substituídas por uma Berlim desconhecida mas que graças ao seu passado mais ou menos recente que se divide entre a governação nazi e a comunista deixaram todo um universo por descobrir e bunkers, graffitis e passagem bloqueadas que estão às mãos dos mais curiosos.
Martin Thau, autor do argumento, supreende assim por nos induzir num universo que pensamos ser pelos meandros dos fanatismos nazis mas que, surpreendentemente, nos mistura num misto de Stasi-canibalismo do qual sobrevive apenas aqueles de quem nos esquecemos completamente enquanto toda a acção decorre e que, ao mesmo tempo, serve clara e indiscutivelmente de porta de abertura para uma eventual sequela.
As interpretações dos actores mais jovens são de certa forma expectáveis. Sentimos alguma tensão sexual entre eles e o inevitável romance que esconde sê-lo de facto que, como é de esperar, acaba por dar origem a alguns momentos perfeitamente dispensáveis para o género de filme em questão. No entanto, a clara força (do mal) deste filme esconde-se por detrás do rosto de Klaus Stiglmeier que se assume como aquele que por muito simpático aparente ser, percebemos que dali nada de bom virá... no entanto, até determinado momento pensamos sempre que será de outro lado que virá a ameaça do mal. Sem dúvida os momentos fortes do filme estão por detrás de toda a sua brilhante e perseverante interpretação que "liquida" (literalmente) todos os demais actores que quase se tornam meras figuras "decorativas".
Não será uma obra-prima, até porque raramente o género em questão consegue criar uma, mas no entanto é um filme competente e que cria os seus próprios momentos de tensão, suspense e terror (pelo grotesco) que nos deixam em diversas ocasiões bem agarrados à nossa cadeira.
E não esquecer... cuidado com o que nos oferecem para comer... e com as viagens de metro sem bilhete...
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7 / 10
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