quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Breu (2009)

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Breu de Jerónimo Rocha, que também assina o argumento, é uma curta-metragem portuguesa que junta harmoniosamente a ficção e a animação e, ao mesmo tempo, consegue recriar uma história que tem tanto de elementos de suspense/terror como de comédia.
Quando um Rapaz (Tiago Xavier) perde o relógio do seu pai através da fenda de um telhado em que se encontrava, todos os seus medos do escuro que mantém desde a infância voltam a despertar ao ponto de se sentir paralisado por imaginar que ali vive um monstro capaz de o eliminar.
Conseguirá este rapaz livrar-se do mal que o atormenta desde criança e enfrentar finalmente os seus receios alcançando assim não só a única memória que guardava do seu pai como também descobrir que terrível monstro é aquele que se encontra no escuro e o persegue sempre que pode?
Jerónimo Rocha consegue com esta curta-metragem não só criar uma dinâmica muito interessante na ficção com um conto sobre a coragem, os receios e os medos que criamos involuntariamente ao longo do nosso crescimento, como também existe uma perfeita junção com a comédia que torna mais ligeira a dramatização e a atmosfera de suspense que se pretende recriar com um monstro que, na prática, mais não é do que uma criação da própria imaginação daquele rapaz.
Interessantes estão também os segmentos mais informativos, narrados por um saudoso Artur Agostinho, elaborados graças à astúcia de uma animação que em muito se assemelha àquelas feitas nos anos 50 do século passado e, no final, se toda a anterior tensão e comédia foram refrescantes, aquilo que assistimos nos segundos finais não poderia ser mais arrebatador.
Tecnicamente deixo também uma nota francamente positiva para a direcção de fotografia que nos consegue fazer entrar no ambiente de um filme de terror, quando na prática não o é, bem como à música original de Filipe Lopes que contribui igualmente para a construção dessa referia atmosfera. No final, temos uma curta-metragem original e perfeita que merece ser apreciada e valorizada.
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"Narrador: Não há nada mais assustador do que aquilo que é fruto do pior de nós."
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10 / 10
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